domingo, 21 de dezembro de 2008

A Padroeira

Cônica de
Luís Fernando Veríssimo

"A pequena Capela de Nossa Senhora do Rosário do Padre Faria é uma das tantas jóias arquitectónicas de Ouro Preto, Minas Gerais. O exterior despojado não prepara o visitante para a opulência barroca do interior. O campanário fica afastado do corpo da igreja, como a “casinha” numa morada sem banheiro, e nada tem de imponente. Os sinos da Capela do Padre Faria badalam em concerto com os outros sinos da região, cantando as horas e os eventos, e não soam nem melhor do que os outros.

Mas os sinos da Capela do Padre Faria têm uma história diferente dos outros. Quando Tiradentes foi enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro, todos os outros celebraram a notícias. Afinal, tratava-se da execução de um traidor, de um inimigo da sociedade. Os sinos de Ouro Preto festejaram o castigo exemplar de um réprobo e o triunfo da legalidade sobre a rebeldia. Mesmo que o toque festivo não tivesse sido recomendado pela Coroa, a celebração se justificaria. Mas os sinos da Capela do Padre Faria dobraram Finados. Pela primeira e única vez na História, talvez, os sinos da Capela do Padre Faria destoaram do concerto. Tocaram, sozinhos, uma batida fúnebre pelo martírio de Tiradentes."

Leia na íntegra clicando aqui.


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