Esta obra monumental, construída em 1758, é hoje denominada " Chafariz de Marília", por estar num paredão em frente à casa em que morou Maria Dorothéa Joaquina de Seixas, a Marília de Dirceu, amada e noiva de Tomás Antônio Gonzaga. A casa de Marília foi demolida, e em seu lugar construído um Grupo Escolar. Há documentação no Arquivo Público Mineiro, com respeito à contratação das obras de dois chafarizes por Manuel Francisco Lisboa, em 11 de dezembro de 1757: "um ao pé da ponte de Antônio Dias, e outro no Passarão". O contrato do primeiro foi transferido para Miguel Gonçalves de Oliveira, mas não o segundo, que é de supor seja o Chafariz hoje chamado "de Marília". Os vãos que ladeiam o corpo principal da fonte foram outrora nichos ou oratórios públicos. Hoje estão emparedados.
Soneto da evocação
Eu, Gonzaga, tomado de teu jeito,
feito Dirceu em busca de Marília,
mas sem ter do amor segura planilha
so’adolescente, embora moço feito.
Ouro Preto agita em meu peito
e lá do alto, preso a mais de milha
vejo minha Estrela junto à família
tão feliz, que põe meu sonho desfeito.
Quem sabe a sorte sorrisse pra mim!
Poeta, por tua voz inspirado
joga um milhão de versos nesse fado.
Talvez teus versos evitem meu fim,
mas, como os ter sem luz, por meu pecado,
se o dó dela por mim já é migrado?
José Benedito Donadon-Leal
.Eu, Gonzaga, tomado de teu jeito,
feito Dirceu em busca de Marília,
mas sem ter do amor segura planilha
so’adolescente, embora moço feito.
Ouro Preto agita em meu peito
e lá do alto, preso a mais de milha
vejo minha Estrela junto à família
tão feliz, que põe meu sonho desfeito.
Quem sabe a sorte sorrisse pra mim!
Poeta, por tua voz inspirado
joga um milhão de versos nesse fado.
Talvez teus versos evitem meu fim,
mas, como os ter sem luz, por meu pecado,
se o dó dela por mim já é migrado?