A articulação é inerente à mineiridade. Nos trezentos anos da mais mineiras das cidades, publiquei este livro em que as ideias se articulam e se desarticulam, à guisa de exemplo do que pensa um ouro-pretano típico, que penso ser. Desarticular é estar prestes à nova articulação, é parte do processo, é mesmo o processo em si. É inerente a criação desconstruir e repropor. Que o terceiro centenário de minha cidade natal também se preste à sua recriação, processo que tem que estar paralelo à preservação - esta trabalho de Sísifo que o patrimônio exige.
Desarticulando - ideias ouro-pretanas
Coletânea de textos e ideias bem típicas de um ouro-pretano, não são apenas artigos, mas alguns textos foram propositadamente desarticulados para propiciar leitura esparsa e agradável.
No ano em que Ouro Preto completa 300 anos da autonomia política, essa obra é também a homenagem de um cidadão que nasceu e foi educado naquela cidade, com a qual mantém vínculos indeléveis e dos quais manifesta grande orgulho.
As críticas aqui expostas vêm no bojo deste orgulho cidadão consciente de que "'Ouro Preto não é um museu'. Vi frases equivalentes em vários templos europeus, abertos aos visitantes, mas permanentes no culto. Há 300 anos que Vila Rica, depois Ouro Preto, é uma urbe (um conjunto urbano) uma civitas (coletivo de cidadãos) e uma polis (entidade política) – os templos de musas que há ali são integrantes das três constituintes da cidade, mas a cidade não se limita a eles nem se destina a eles."