sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os convivas em OP

Uma vez por ano é 21 de abril; outra vez é 8 de julho, festival de Inverno são uns 30 dias, 12 de outubro dura quase uma semana. Semana santa é ao longo de todo o setenário. Fórum das Letras dura quanto tempo? Festival de curtas, médias e longas, congressos de endocrinologinstas, botânicos, astrofísicos... Reunião do Mercosul! Filmes, novelas, casos espaciais... Já ouviu falar de Triúnfo Eucarístico? Já ouviu falar de Sesquicentenário da Partida dos Voluntários da Pátria para a Guerra do Paraguai? (O que mais eu esqueci?) O fato é que a cidade está quase sempre cheia de gente de fora.
Ouro Preto é um foco. Para o bem e para o mal.
Grande parte desses eventos é para gente de fora, que nada têm a ver com a cidade. Outra parte são festas do povo daqui. Outras festas são do povo daqui e que o povo de fora vem ver.
O que reclamamos é que a cidade é o lugar em que vivem os cidadãos. Estes têm que ser a prioridade. A procissão não é um corso para atrair turistas, mas um rito da fé popular. Os templos não são museus, embora os contenham. As ruas não são cenários - mesmo que a cena seja maravilhosa. Ouro Preto não é um monumento - é uma cidade. Cidade que funciona, tem água, luz, telefone por que seus habitantes pagam contas, impostos. Cidade onde se espera viver na paz do cotidiano - e se exige isso! Onde os visitantes são bem-vindos, muito bem-vindos e desejados. Mas esses visitantes têm que ter a cortesia de se lembrarem de que estão na casa (cidade) alheia e respeitar a o uso, o costume, a necessidade e rotina dos donos da casa.
Teorias de turismólogos, conservadores, historiadores (eu sou), geógrafos e outros estudiosos são muito bonitas no papel - assim como planos de metas, e leis de uso e ocupação. Mas a voz do povo é sábia: na prática, a teoria é outra.
O povo de Ouro Preto tem consciência de sua cidadania (há 300 anos!). Nós nunca engolimos reis (sedição de 1720), rainhas (1792), imperadores, presidentes, governadores ou seja lá quem seja que nos impinja seja lá o que for
A liberdade que vêm apregoar aqui ao 21 de abril, não é nenhuma novidade que nos trazem, é nosso legado para o País. Mas é um legado que partilhamos com a pátria, não é algo de que abrimos mão para que outros façam dela demagogia, ou que venham nos perturbar a pretexto dela.
Continuaremos a zelar por uma cidadania que é anterior à pátria. Nossa cidadania é causa fundante da pátria. Não somos um povo que se subordina, mas um povo que cria a ordem.
Ouro Preto, assim como outras tantas cidades, é anterior aos estados e à Nação. Criamos essa nação, agora uma república. Brasília é a cidade que foi criada pela república e para a república. São gêneses diferentes, como pode observar. O Brasil não é um amontoado pasteurizado e homogeneizado, todos o sabem. E cumpre a cada visitante, turista ou governante, brasileiro ou estrangeiro - em cada lugar - observar os usos e costumes locais. Brasilidade não é desculpa para desacato à localidade; são os locais que fazem o país - a exceção à regra é Brasília, único local que existe feito pelo País e para ele. Mas mesmo aquela cidade já é uma civitas, cheinha de cidadãos a serem considerados, assim como os ouropretanos. 

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tancredo Neves - Mensageiro da Liberdade


 Criei uma nova página neste blog para apresentar, pelo menos por algum tempo o documentário Tancredo Neves - Mensageiro da Liberdade.

Tancredo representou a maior,  senão a única paixão política de minha vida. Paixão, nos dois sentidos - o da adesão emocional a uma causa e a dor e frustração que a morte dele representou. Eu era bem jovem e ainda acreditava em muita coisa. Atualmente não creio mais em tantos ideais, mas ainda tenho uma nostalgia romântica da ideias representadas e defendida pelo presidente Tancredo neves.

Este documentário conta a história do político que é exemplo de integridade e respeitado por todos os brasileiros como um dos maiores estadistas que o país já teve. O filme conta a biografia de Tancredo Neves por meio de depoimentos de amigos, familiares, colegas de trabalho e diversos nomes da política nacional.

Dentre os participantes do documentário estão o governador de Minas Gerais e neto de Tancredo, Aécio Neves; seu sobrinho, Francisco Dornelles; José Sarney, que o sucedeu na Presidência; José Serra, governador de São Paulo; e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que afirma acreditar que Tancredo conhecia os problemas do país e do mundo e, por isso, era um dos grandes personagens da História.

Dividida em tópicos, o filme mostra a infância de Tancredo; o início da carreira política, quando se elegeu vereador de São João Del Rei (MG), em 1935; o período em que foi Deputado Federal, Ministro da Justiça e Primeiro Ministro; do Golpe de 64; as Diretas Já; a conquista da Presidência da República e a doença que o vitimou aos 75 anos, impedindo-o de assumir o cargo. Os traços de sua personalidade típicamente mineira também serão retratados nas palavras do artista Ziraldo.

O filme é narrado pelo ator Othon Bastos e foi produzido pelo jornalista Fernando Barbosa Lima.

José Serra e Aécio Neves

Ouro Preto - patrimônio da humanidade

Essa história de Patrimônio da Humanidade é ótima: a cidade era de seus habitantes, agora é de toooooda a humanidade - logo os habitante foram expropriados. Como nosso regime exige, quando se desapropria (retira a propriedade) cabe indenização. Expropriaram os pobres habitantes de Ouro Preto e não nos indenizaram.
A cidade agora é da humanidade todinha (portanto é bem menos de que nasceu e vive nela?) - então os donos originais, quem vive nela, trabalha nela, paga impostos nela devem ser indenizados.
É muito bacana essa ideia de tombar, desapropriar, interditar e expropriar. Mas deve-se sempre lembrar que esses verbos se aplicam sobre a propriedade privada, coisas adquiridas com esforço, construídas com despesa, herdadas com orgulho e cuja natureza é a base de nosso sistema político, econômico e cultural.
Fazer discurso de coletivizar a propriedade ou a cidade (urbe, lugar onde vivem as pessoas) alheias é muito bacana. Coletivize primeiro o que é seu, antes de vir bulir ou fazer proposta no que é meu.
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