Marc Ferrez fez seus estudos preparatórios em Paris antes de ingressar como aprendiz no atelier fotográfico da Casa Leuzinger em 1861. Seis anos depois instalou-se por conta própria na rua São José 96, onde permaneceu até 1837, ocasião em que um incêndio destruiu inteiramente seu estúdio acarretando a perda de seu equipamento e de todos os seu negativos. Entusiasta do formato panorâmico, chegou a mandar produzir câmaras sob encomenda em Paris para atender às suas especificações pessoais, um esmero técnico perfeitamente contrabalançado por um fina sensibilidade estética. Premiado na Exposição do Centenário da Independência dos Estados Unidos, na Filadélfia em 1876, foi o único a merecer o título de Photographo da Marinha Imperial antes de ser sagrado Cavaleiro da ordem da Rosa em 1885. Participou da Comissão Geológica do Império, integrando a expedição comandada por Charles Frederick Hart em 1875, oportunidade em que foi o primeiro a fotografar os índios Botocudo na Bahia. Nesta e em outras viagens anteriores ou subsequentes, Ferrez veio a fotografar as províncias do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Ceará, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul – um périplo sem equivalente na carreira de qualquer outro fotógrafo oitocentista.
sábado, 31 de janeiro de 2009
Panorâmica de 1870
Por Marc Ferrez
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Morre o Padre Simões
BELO HORIZONTE (22/01/09) - “Os sinos das igrejas de Minas dobram em respeito a Padre Simões, esse símbolo da religiosidade mineira. Ele será, sempre, parte viva da história de Ouro Preto e do nosso Estado como homem de fé e intransigente defensor do nosso patrimônio imemorial. Assim como os fiéis da Matriz do Pilar de Ouro Preto e de toda Arquidiocese de Mariana, colhemos, em sua vida e sua obra, exemplos e lições de determinação, solidariedade e justiça. Tive a honra de ser abençoado por ele, assim como dele também recebi sábios conselhos que nos ajudaram a conduzir Minas nos tempos mais difíceis. Sua presença ficará para sempre entre nós. A ele, a nossa homenagem, o nosso reconhecimento, o nosso carinho e a nossa saudade”. Aécio Neves - Governador de Minas Gerais.
Padre Simões morreu na cidade de Ouro Preto onde também será enterrado, Padre Simões ficou conhecido por defender o patrimônio histórico
Padre Simões
Falar das cidades é falar das pessoas, são estas que fazem aquelas. Ouro Preto é padre Simões, pois o digno sacerdote fez a cidade ser parte do que ela é hoje. Padre Simões foi Ouro Preto, pois a cidade, a urbe e o povo, sempre foram o epicentro de seu pensamento e sua obra.
Padre Simões descansou essa semana; eufemismo apropriado para uma vida de trabalhos sacerdotais. Dedico esse post mais à homenagem familiar, da relação pessoal entre nossos clãs muito anterior ao meu nascimento ou mesmo ao dele. A vida pública do Vigário do Pilar deixo para outros relatarem.
Quanto a minha relação com Pe Simões, vou apontar dois aspectos pessoais que ilustram tudo mais: em primeiro lugar, encontrei-me com ele no rito batismal, não como inúmeros que ele batizou no exercício de seu dever de sacerdote, mas também como afilhado: padre Simões e sua irmã, dona Lúcia, se tornaram meus padrinhos na casa de meus pais, onde recebi o sacramento às pressas, pois eu estava morrendo (felizmente, como podem constatar, escapei de morrer, mas não escapei de ser feito cristão à minha revelia). Em segundo lugar, ele me deu minha primeira bicicleta! Sabem a importância que tem para um moleque a primeira bicicleta? Pois é... Tendo me dado aquele presente, padre Simões garantiu em meu imaginário, eternamente, um lugar de respeito e gratidão. Isso para destacar apenas o mais importante de uma série de agrados durante toda minha meninice.Não resisto, vou apontar mais uma coisa que fazia meu padrinho e que era absolutamente notável: ele gostava de picolés, por isso, quantas e quantas vezes, quando eu estava na casa dele (a casa paroquial), ao passar um menino vendendo picolé na rua, padre Simões nos comprava não um ou dois, mas mais de uma dúzia de picolés do Crispim (excelentes!) e chupávamos todos, um após outro... Pode haver homem mais fabuloso que o que nos dá bicicleta e compra montes de picolés?
Depois que fiquei adulto, dei pra ter opiniões diferentes das dele em muitas coisas: distanciamo-nos - que bobagem. O respeito e o afeto não foram prejudicados pela divergência.
Padre Zé, como meus familiares mais velhos se referem a ele, foi contemporâneo de grupo de minha tia Lybia; ela tinha grande afeição por ele. Para ilustrar esse artigo, uso a foto que ele ofereceu a ela, por ocasião de sua ordenação, e as páginas que ele inscreveu no livro de recordações dela.
Ficam a foto e as palavras como testemunho do afeto entre as pessoas e as famílias.
Fica o mais como tributo e memória de uma bicicleta roxa e muitos picolés de coco e limão.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Direito à tradição
O tradicional fazer dos doces de São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto.
Foto: Rua do Carmo e matriz de São Bartolomeu.
Por Vinicius Antonio de Oliveira Dittrich.
São Bartolomeu, fica a 15 km de Ouro Preto. Localiza-se na latitude 20º 18' 54" Sul e longitude 43º 34' 41" Oeste e está a uma altitude média de 1028 metros.
Histórico: No final do século XVII, os bandeirantes fundaram São Bartolomeu, às margens do Rio das Velhas. A imponente Matriz, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e o casario colonial são pontos altos do Barroco Mineiro. A festa do Padroeiro, em 24 de agosto, revive as tradições do ciclo do ouro. São Bartolomeu é famosa por seus doces caseiros. Wikipédia: São Bartolomeu.
sábado, 10 de janeiro de 2009
São Francisco de Paula
Igreja de São Francisco de Paula - O homem nasceu em 1416 na cidadela de Paula, na Calábria (Itália), dedicou toda sua vida a Deus, sem limites, e morreu aos 91 anos em 2 de abril de 1507; foram reconhecidos seus atos heróicos, como dignos de imitação e veneração, pelo Papa Júlio II, sendo ele beatificado pelo Papa Leão X em 7 de julho de 1513, e canonizado em 1º de maio de 1519.
A igreja situa-se num dos pontos mais elevados de Ouro Preto, descortinando um panorama em que se incluem alguns dos principais monumentos de Ouro Preto: a igreja de São Francisco de Assis, o Museu da Inconfidência, a Igreja do Carmo, o Palácio dos Governadores, hoje Escola de Minas, todo um pitoresco casario, descendo até a Igreja Matriz do Pilar. E, ao fundo, o desenrolar das serranias, dominado pelo pico do Itacolomi. Ao fim da estrada que dá acesso ao monumento, encontra-se uma grande escadaria de pedra, com o primeiro lanço menor, grande e largo patamar e o segundo lanço, com quatro figuras de cerâmica do Pato sobre altos pedestais. O adro cerca a igreja com um muro de pedra, e à direita do observador está o cemitério, com um belo portão, de ferro, com marco de cantaria tendo a data 18S7; no alto do frontão, entre dois pequenos coruchéus, uma cruz de pedra. Quanto à igreja, propriamente, a sua frontaria corresponde a forma tradicional: corpo central e corpos laterais com as duas torres, dividindo o plano da fachada pelos cunhais e pilastras. Um embasamento contínuo de cantaria contorna todo o edifício. A portada, em arco de círculo tem uma pequena cimalha e o conjunto é de cantaria; a porta é almofadada. Lateralmente, ao nível do coro, as duas portas-janelas, com balcões de ferro, e ao centro o óculo quadrilobado, envidraçado. O grande entablamento contorna o corpo da igreja correspondente à nave, enquanto a capela-mor, sacristia, consistório são em nível mais baixo e contornados por outro entablamento. Acima do entablamento da fachada, encurvado sobre o óculo, levanta-se o frontão, com duas grandes volutas, em S, que enquadram um motivo central, com pilastras, ornamentação e base para a cruz. As torres são de planta octogonal, chanfradas nos cantos, com as sineiras abertas em arco semicircular e encimadas por entablamento menor, cúpula de alvenaria e coruchéu de cantaria. Na torre do lado esquerdo existe um relógio circular. Interiormente o coro apóia-se em três arcos e é limitado por uma grade de ferro. A nave é dotada de seis altares importantes, cujos retábulos são dos tipos: os quatro externos iguais entre si e os dois centrais do mesmo modelo; são dotados de colunas lisas, com enrolamento de folhagens, no primeiro tipo, e colunas caneladas, com estrias curvas no terço inferior; são todos executados em talha de boa qualidade, verificando-se, porém, uma execução mais seca, sem o sentimento gracioso ou pujante das grandes obras do setecentos. Ainda havia entalhadores em Ouro Preto, no século XIX, mas a época áurea já estava encerrada. O mesmo pode ser dito do altar-mor, de boas proporções e composição, bem enquadrado no arco da capela. As imagens são de boa qualidade. As pinturas existentes no teto da capela-mor, representando cenas do Novo Testamento, são de menor qualidade. (Guia dos bens tombados)
A igreja situa-se num dos pontos mais elevados de Ouro Preto, descortinando um panorama em que se incluem alguns dos principais monumentos de Ouro Preto: a igreja de São Francisco de Assis, o Museu da Inconfidência, a Igreja do Carmo, o Palácio dos Governadores, hoje Escola de Minas, todo um pitoresco casario, descendo até a Igreja Matriz do Pilar. E, ao fundo, o desenrolar das serranias, dominado pelo pico do Itacolomi. Ao fim da estrada que dá acesso ao monumento, encontra-se uma grande escadaria de pedra, com o primeiro lanço menor, grande e largo patamar e o segundo lanço, com quatro figuras de cerâmica do Pato sobre altos pedestais. O adro cerca a igreja com um muro de pedra, e à direita do observador está o cemitério, com um belo portão, de ferro, com marco de cantaria tendo a data 18S7; no alto do frontão, entre dois pequenos coruchéus, uma cruz de pedra. Quanto à igreja, propriamente, a sua frontaria corresponde a forma tradicional: corpo central e corpos laterais com as duas torres, dividindo o plano da fachada pelos cunhais e pilastras. Um embasamento contínuo de cantaria contorna todo o edifício. A portada, em arco de círculo tem uma pequena cimalha e o conjunto é de cantaria; a porta é almofadada. Lateralmente, ao nível do coro, as duas portas-janelas, com balcões de ferro, e ao centro o óculo quadrilobado, envidraçado. O grande entablamento contorna o corpo da igreja correspondente à nave, enquanto a capela-mor, sacristia, consistório são em nível mais baixo e contornados por outro entablamento. Acima do entablamento da fachada, encurvado sobre o óculo, levanta-se o frontão, com duas grandes volutas, em S, que enquadram um motivo central, com pilastras, ornamentação e base para a cruz. As torres são de planta octogonal, chanfradas nos cantos, com as sineiras abertas em arco semicircular e encimadas por entablamento menor, cúpula de alvenaria e coruchéu de cantaria. Na torre do lado esquerdo existe um relógio circular. Interiormente o coro apóia-se em três arcos e é limitado por uma grade de ferro. A nave é dotada de seis altares importantes, cujos retábulos são dos tipos: os quatro externos iguais entre si e os dois centrais do mesmo modelo; são dotados de colunas lisas, com enrolamento de folhagens, no primeiro tipo, e colunas caneladas, com estrias curvas no terço inferior; são todos executados em talha de boa qualidade, verificando-se, porém, uma execução mais seca, sem o sentimento gracioso ou pujante das grandes obras do setecentos. Ainda havia entalhadores em Ouro Preto, no século XIX, mas a época áurea já estava encerrada. O mesmo pode ser dito do altar-mor, de boas proporções e composição, bem enquadrado no arco da capela. As imagens são de boa qualidade. As pinturas existentes no teto da capela-mor, representando cenas do Novo Testamento, são de menor qualidade. (Guia dos bens tombados)
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Insultos
Isso de insultar é uma coisa engraçada, de duas, uma: ou dizem da gente o que a gente é - e não se acrescentou nada - ou dizem da gente o que a gente não é - e se incorre em erro!
Insultos só funcionam quando a pessoa quer ocultar o que é ou fingir o que não é. Quem é transparente é vacinado contra insultos. Mas quem insulta, ou tem medo de ser o que diz do outro, ou de não ser o que o outro é.
Que tem isso a ver com essa casa e as flores? Nada, mas eu queria publicar a foto e queria dar vazão à idéia, então vão as duas coisas ao mesmo tempo, mas separadas.
O casarão dos Cota, no princípio da rua Alvarenga. Nos séculos XVII a XX foram proprietários dela contratadores, coronéis e outros militares de destaque na Cidade ou na Província. Como se vê, está em muito mal estado.
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