Se tu não sabes,
Ouro-pretano,
Quem és,
Despe de tudo,
Tira cada pano,
Põe nus teus pés,
Faz sorriso mudo.
Se tu não sabes,
Concidadão,
Quem és,
Perde o orgulho,
Tira teu sermão,
Põe-te ao grés,
Beija o pedregulho.
Se tu não sabes,
Ó vinzindário,
Quem és,
Despe-te a fatiota,
Joga no calcário,
Põe-te novas fés,
Não sejas idiota.
Se tu não sabes,
Meu acercado,
Quem és,
Nossa grei é una
Nem nome errado
Te dará revés,
Em nossa cuna.
Se tu não sabes,
Meu confinante,
Quem és,
Tens memória,
Vem adiante,
Montanha através,
À nossa história.
Se tu não sabes,
Meu chegado,
Quem és,
Pergunta a Oçãe
Pra que lado
Aponta o través
A sua terra-mãe.
Se tu não sabes,
Meu propínquo,
Quem és,
Faz barulho,
Volta longínquo,
Sem viés,
A oito de julho.
Se tu não sabes,
Meu malungo,
Quem és,
Teu anos dirão,
De mofo e fungo
Do chão ao rés,
Trezentos que são.
Públio Athayde
Ao 8 de julho de 2011.
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